A ausência de justiça e a violação do direito de outro é mais conhecido popularmente como injustiça. Podemos enumerar diversos ditados populares ou frases famosas como: “A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que faz a todos.”, ou ainda: “Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado.” E por ai vai.
O problema é que os síndicos se magoam muito e não conseguem esquecer as injustiças praticadas durante sua gestão, infelizmente. Da mesma forma que alguns colecionam selos, os síndicos colecionam injustiças.
As lembranças parecem que nunca se apagam. Lembram de todas as pessoas, de todos os fatos ou seja todos os acontecimentos não importa o tempo – cinco ou dez anos - , como se este sofrimento relembrado pudesse acalentar a dor da injustiça.
Desta forma o sindico pode se tornar amargo, triste e muitas vezes até depressivo. O isolamento passa a ser uma constante em sua vida trazendo reflexos até na família.
Infelizmente os síndicos são vitimas de mentiras, calunias e injustiças em suas gestões, mas na vida social ocorrem os mesmos fatos porém com conotações diferentes. Amigos, familiares e colegas de trabalho podem ser também produtores de injustiças é inevitável, temos que conviver com elas. Mas como lidar com isso?
O cargo de sindico naturalmente expõe as circunstâncias de opositores ou condôminos com interesses pessoais aviltados, ocasionando severas criticas ou injustiças em função da palavra “não”.
O sindico precisa compreender claramente o seguinte: aqueles que praticam estas injustiças normalmente são pessoas inferiores, frustradas e complexadas. Atingir o próximo massageia o ego destes infelizes.
O ambiente de competição criado muitas vezes pelo interesse de outros no cargo do sindico é um fator considerável. A competição pelo poder, pela influência e pelo glamour de se sentir importante ou ainda quem sabe ser destaque naquela comunidade leva as pessoas a agir de forma medíocre e inescrupulosa para atingir seus objetivos.
Não podemos desconsiderar que muitas vezes o interesse é unicamente financeiro. Buscar ocupar o cargo do sindico, significa garantir uma renda a mais para sua família ou até a única renda que possa suprir suas necessidades.
Portanto as injustiças devem ser encaradas por uma outra ótica: a sabedoria, porque o injusto cairá em breve pela sua própria injustiça. Muitas vezes a própria injustiça plantada na gestão do condomínio pode recair sobre seu autor.
Para exemplificar, relembro um caso ocorrido num condomínio em que um condômino começou a criar situações e ilações para prejudicar a imagem do sindico e reduzir seu pró-labore.
Por inúmeras vezes o condômino alertava outros condôminos sobre a necessidade de reduzir os gastos do condomínio e principalmente o pró-labore do sindico.
Pela insistência acabou conseguindo seu objetivo. O fato mais interessante é que na mesma época o condomínio passava por muitas obras e o pró-labore foi acrescido de 40% para suprir os gastos com constantes deslocamentos e acompanhamento de compra de material, ou seja, tudo aquilo que envolve a realização de obras num condomínio.
Pois bem, o sindico que já havia manifestado sua insatisfação com a redução do pró-labore em função dos custos adicionais para acompanhamento das obras resolveu renunciar ao cargo.
O subsíndico também renunciou ao cargo com as mesmas alegações. Convocada uma nova assembleia imagine quem assumiu: aquele condômino acusador que propôs a redução. Inicialmente muito feliz e realizado com a concretização de sua injustiça, assumiu e começou a trabalhar. Usava seu carro – pois esta era a regra para conduzir a obra - vez que numa destas saídas ocorreu em acidente com seu veículo causado por ele – o acusador – e o resultado foi: um grande prejuízo financeiro para custear o conserto de seu carro, do outro veiculo além de perda de parte do material de obra do condomínio.
Espertamente, o acusador, convocou uma assembleia e propôs a volta dos 40% retirados do pró-labore do ex-sindico a fim de custear parte dos prejuízos por ele causados. Resultado final: a assembleia negou e ainda o alertou: quem propôs retirar os valores foi você mesmo, portanto negamos seu pedido.
Moral da história: existem três maneiras de combater a injustiça, com o silêncio, com o trabalho e com a paciência.
Por Dr. Condomínio - Aldo Junior
Excelente. Primeiro devemos olhar para nós mesmo. Criticar, realmente e fácil e muito fácil, por isso, como condômino, preciso antes de mais nada, me colocar no lugar do outro.